É impressionante o grau de desrespeito pelo qual um professor hoje em dia se vê de certa forma obrigado a sofrer. Adolescentes, pequenos indivíduos que se julgam superiores pelo simples fato “natural” de assim o ser, tratam um profissional do conhecimento como mero artefato, mero brinquedo para seus caprichos mesquinhos e sem propósito algum. Não compreendem o poder que tem em suas mãos e deixam-no escorrer por entre os dedos que nem um caramelo derretido pelo calor nas mãos de uma criança que ainda procura conhecer o mundo a sua volta. Às vezes percebe-se claramente que as “liberdades” vem de casa, de pais que não conseguem controlar seus pequenos consumidores insaciáveis e delegam aquilo que perderam aos profissionais do saber crendo substancialmente que eles possuem a fórmula correta e perfeita para “consertar” aquilo que eles, os pais, não conseguiram.
Óbvio que o professor, assim como a escola, dispõe de um papel extremamente fundamental na sociedade, todavia, essa relevância não desobriga os pais de também reconhecerem o seu. Talvez este meu discurso soe um tanto antiquado, voz de um professor que sempre ouve dos demais colegas que antigamente era muito melhor, que havia um respeito maior e que o professor poderia bater no peito e bradar sem medo que era um professor. Hoje em dia isso mudou bastante. Discursos e mais discursos demonstrando que aquele período era, digamos assim, “desvirtuado educativamente”, coexistem com as explosões de direitos e mais direitos individuais que em muitas vezes não vislumbram a simples ideia de que o indivíduo não vive sem o coletivo.
Óbvio também que exageros aconteceram e sempre acontecerão no mundo da escola, mas isso não quer dizer que podemos incorrer em "liberalidades conquistadas" pelo alunado ao longo de sua impúbere história, aliás, será que este aluno de hoje sabe realmente dar valor ou reconhecer o que é história, melhor ainda, a sua própria história?
Às vezes me questiono se isso é uma única obrigação do professor, o de transmitir conhecimento ao aluno, e não uma disposição dele, do aluno, de também demonstrar interesse, pesquisar, sobretudo nos dias de hoje no qual a internet, por exemplo, surge como um instrumento valiosíssimo na construção e no acesso ao conhecimento. Isso sem comentar os livros que as séries iniciais recebem do poder público – claro que com problemas estruturais aqui e acolá, mas nada comparado aos anos iniciais da nossa fragmentada educação na história brasileira – ou materiais e equipamentos mais modernos possíveis que a escola recebe ora através de programas do governo, ora através de aquisição própria.
Instrumentos, material escolar, livros, laboratórios de informática – claro que em alguns casos precariamente, mas reforço minha comparação ao momento histórico anterior – salas para acompanhamentos de alunos com necessidades diferenciadas, enfim, uma série de recursos e ações que tentam auxiliar essa árdua tarefa do professor de “simplesmente” transmitir conhecimento aos nossos alunos, mas, ainda assim, ele não demonstra o interesse devido.
Culpa do professor que não sabe utilizar os recursos para tornar suas aulas mais atraentes? Culpa do professor porque não sabe dominar uma sala com quarenta ou cinquenta alunos no início ou no auge da puberdade? Culpa da escola que não dá a devida atenção estrutural adequada ao professor e por isso ele se sentir isolado, acuado com seus alunos, sem um acompanhamento efetivo da equipe escolar? Culpa do sistema educacional que permite uma relação promíscua entre educação e política, pelo menos aqui no Estado de Sergipe? Ou culpa do governo federal que acha simplesmente que o problema da educação será resolvido com o envio de mais e mais parafernálias eletrônicas ao professor que em muitas vezes sente preguiça ou medo de encostar naquela “coisa que brilha e faz luz” (o datashow)?
Será que Platão não estaria certo ao pôr sobre a entrada de sua Academia “Entre aqui apenas aquele que souber geometria” selecionando e valorizando religiosamente aquilo que os alunos de hoje desprezam tanto? Certo dia, numa aula de história, comentava justamente sobre a quantidade de mortes que ocorreram ao longo da nossa história para que se chegasse à Educação Pública, a educação que os pobres e excluídos pudessem ter acesso e assim, através dela, emanciparem-se, tornarem-se cidadãos livres e capazes de serem os senhores de seus destinos, de seus pensamentos, mas eis que de repente ouço alguém próximo comentar: “o professor tá viajando de novo. Que chatice!” Travei meu pensamento na hora...
Óbvio que o professor, assim como a escola, dispõe de um papel extremamente fundamental na sociedade, todavia, essa relevância não desobriga os pais de também reconhecerem o seu. Talvez este meu discurso soe um tanto antiquado, voz de um professor que sempre ouve dos demais colegas que antigamente era muito melhor, que havia um respeito maior e que o professor poderia bater no peito e bradar sem medo que era um professor. Hoje em dia isso mudou bastante. Discursos e mais discursos demonstrando que aquele período era, digamos assim, “desvirtuado educativamente”, coexistem com as explosões de direitos e mais direitos individuais que em muitas vezes não vislumbram a simples ideia de que o indivíduo não vive sem o coletivo.
Óbvio também que exageros aconteceram e sempre acontecerão no mundo da escola, mas isso não quer dizer que podemos incorrer em "liberalidades conquistadas" pelo alunado ao longo de sua impúbere história, aliás, será que este aluno de hoje sabe realmente dar valor ou reconhecer o que é história, melhor ainda, a sua própria história?
Às vezes me questiono se isso é uma única obrigação do professor, o de transmitir conhecimento ao aluno, e não uma disposição dele, do aluno, de também demonstrar interesse, pesquisar, sobretudo nos dias de hoje no qual a internet, por exemplo, surge como um instrumento valiosíssimo na construção e no acesso ao conhecimento. Isso sem comentar os livros que as séries iniciais recebem do poder público – claro que com problemas estruturais aqui e acolá, mas nada comparado aos anos iniciais da nossa fragmentada educação na história brasileira – ou materiais e equipamentos mais modernos possíveis que a escola recebe ora através de programas do governo, ora através de aquisição própria.
Instrumentos, material escolar, livros, laboratórios de informática – claro que em alguns casos precariamente, mas reforço minha comparação ao momento histórico anterior – salas para acompanhamentos de alunos com necessidades diferenciadas, enfim, uma série de recursos e ações que tentam auxiliar essa árdua tarefa do professor de “simplesmente” transmitir conhecimento aos nossos alunos, mas, ainda assim, ele não demonstra o interesse devido.
Culpa do professor que não sabe utilizar os recursos para tornar suas aulas mais atraentes? Culpa do professor porque não sabe dominar uma sala com quarenta ou cinquenta alunos no início ou no auge da puberdade? Culpa da escola que não dá a devida atenção estrutural adequada ao professor e por isso ele se sentir isolado, acuado com seus alunos, sem um acompanhamento efetivo da equipe escolar? Culpa do sistema educacional que permite uma relação promíscua entre educação e política, pelo menos aqui no Estado de Sergipe? Ou culpa do governo federal que acha simplesmente que o problema da educação será resolvido com o envio de mais e mais parafernálias eletrônicas ao professor que em muitas vezes sente preguiça ou medo de encostar naquela “coisa que brilha e faz luz” (o datashow)?
Será que Platão não estaria certo ao pôr sobre a entrada de sua Academia “Entre aqui apenas aquele que souber geometria” selecionando e valorizando religiosamente aquilo que os alunos de hoje desprezam tanto? Certo dia, numa aula de história, comentava justamente sobre a quantidade de mortes que ocorreram ao longo da nossa história para que se chegasse à Educação Pública, a educação que os pobres e excluídos pudessem ter acesso e assim, através dela, emanciparem-se, tornarem-se cidadãos livres e capazes de serem os senhores de seus destinos, de seus pensamentos, mas eis que de repente ouço alguém próximo comentar: “o professor tá viajando de novo. Que chatice!” Travei meu pensamento na hora...