quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O problema da educação em Sergipe III

Sei que já comentei e postei aqui no meu blog algo a respeito do problema da nossa educação, digo, da educação pública em Sergipe. Mas o fato de ser recorrente implica que esse problema cada vez mais vem ficando evidente nas minhas observações de filosofante. 


Nossos dirigentes, os políticos, parecem não se importar realmente com nossa educação quando insistem nessa coisa de que uma indicação política, de um padrinho político forte, seja algo que resolva os problemas de gerenciamento de uma escola. Não posso deixar de me furtar para o fato de que às vezes, talvez muito raramente, eles acertem ao indicar para a direção de uma escola um indivíduo competente, envolvido com a comunidade escolar e realmente preocupado com os objetivos da educação. No entanto, não é o que se percebe no cotidiano da educação pública do meu estado.

Acredito que um indivíduo despreocupado com os objetivos da educação acarreta mais problemas para uma geração de alunos numa escola do que um prejuízo econômico localizado nas contas de um governo. Quando um indivíduo acredita que sua escola deve estar mais voltada para eventos festivos do que para um aumento ou uma atividade voltada para a melhoria da qualidade do ensino, aí sim se nota a incongruência de sua postura com o objetivo maior da educação.

É certo que nossa educação não vai muito bem. O ideb, o Saeb e os demais índices educacionais cada vez mais evidenciam nossas dificuldades diante das exigências do mundo contemporâneo. Dificuldades estas retratadas nos péssimos índices de qualidade que nós apresentamos e que, ainda por cima, o dirigente incompetente indicado politicamente insiste que festas resolverão esse problema - resolverão o problema de matrícula que consequentemente trarão mais recursos para a escola devido à propaganda das festas com o nome da escola que, queiramos ou não, nossos incautos estudantes acreditão ser uma "boa escola" quando se tem essas festividades.

Isto sem comentar os planos mirabolantes criados por uma única cabeça que se diz pensante para resolver como num passe de mágica algo que está amalgamado na estrutura óssea da educação pública do nosso estado a séculos. 

Acredito que uma reforma na nossa educação deva ser algo de fato profundo, que deixe de cabeça pra baixo, que envolva cortes precisos, concisos, mas que deem resultado; uma reforma que envolva os dirigentes desde os mais alto escalão até o mais baixo; uma reforma que, sobretudo, não permita a interferência de políticos em suas indicações interesseiras ou politiqueiras.

Às vezes me sinto um completo estrangeiro. Não consigo ver o "lado educativo" em festas dentro de escolas com bandas de forró, de pagode ou o que quer que seja - se ao menos as bandas fossem dos próprios alunos, não diria nada. Não consigo observar uma preocupação com a educação quando escolas estão mais voltadas para cumprir um calendário de festas alegando que "faz parte do nosso calendário ou da nossa tradição". Por que não criar algo mais educativo, com atividades lúdicas, algo que realmente acrescente conhecimento na mente já desgastada dos nossos alunos? Basta de frivolidades que lhes acompanham no dia a dia, na tevê, na internet.


Meu receio é que futuramente estejamos sentindo os males causados pela ingerência administrativa e política dos nossos dirigentes de hoje já que os resultados da educação são lentos para se desenvolver e só podemos colhê-los amanhã.

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